Tirar a barriga da miséria

Ontem escrevi que no que dependesse de mim jamais faltaria alguma coisa básica aos pequenos grandes benfiquistas. Hoje aproveitei ser sexta-feira para tratar de garantir que comigo por perto ou a mais de 10000 kms de distância, haverá sempre um contacto. Hoje criei-lhes um email, um geral para todos. Expliquei aos mais velhos como enviar e responder, nas próximas semanas vou certificar-me que ficam autónomos para o fazer. Sei que também estão à vontade comigo para escreverem quando quiserem ou precisarem. Aliás, desde que lhes falei na ideia, eles todos os dias falam em criar o mail e aprender a trabalhar com isso. Também os conheço para saber que só em extrema necessidade pedirão alguma coisa, mas escreverão a contar as suas coisas, notas da escola que mais nnguém quer saber inclusive. Acabaram por ter aula à sexta, mas acho gostaram de aprender e eles próprios se sentem mais tranquilos assim. Eu sem duvido que sinto. Não me via a ser capaz de desligar para sempre dos meus pequenos grandes benfiquistas no momento em que entrasse no avião.

Por falar em avião, faz hoje precisamente um mês que aterrei nesta terra encantadora. Um mês depois, foi dia de tirar a barriga da miséria. Fui jantar a um local para turista ir, paguei 10 dólares (uma fortuna para cá) e tive direito a comer tudo o que queria enquanto assistia a um espectáculo com as danças típicas de cá, o Apsara Show. O restaurante era enorme, levava sem exagero mais de 1000 pessoas. O buffet era enorme, mesas e mais mesas cheias de comida, havia de tudo. Soube a pato. Entre lombo de porco, espetadas, frango assado, ovo cozido, batata cozida, mini hambúrgueres, esparguete à bolonhesa, salada normal, omeletes, fruta e muita coisa intragável mas que já não consigo desperdiçar (sim, as mudanças começam a fazer-se sentir)… Comi até não conseguir mais. Não tarda o amigo Gregório aparece. Já faz muito tempo que não o vejo, é bem-vindo. O show foi, também ele, enorme. Não que não tenho gostado, é típico e até teve partes engraçadas mas não passa daquilo que podem ver no video. Sempre as mesmas coisas e quer dizer, as dançarinas primeiro podiam aprender a sorrir e a abrir os olhos, só depois a dançar!

Round 1

Round 2

Round 3

Round 4

No fim, ainda subi ao palco par tirar umas fotos. Nem para a foto as dançarinas sorriram e as parvas não me emprestaram o chapéu para tirar uma foto digna de ir para uma moldura na sala. Valeram as chinesas para registar o momento.

Por fim, sinto que  devo mais um enorme obrigado. Obrigado Isabel Lima pelo dinheiro que me chegou à conta. No meio de todas as ofertas não sei para que servirá directamente mas tudo o que chega é registado, assim como os custos que vou tendo. Só posso prometer que tudo o que chega ficará por cá, aplicado naquilo que racionalmente, ou mais emocionalmente, considerar melhor. Entre mochilas para os miúdos, dias de natação que eles adoram, o programa de ir ao restaurante que tenciono fazer, as pizzas ou noodles nos dias de mercado para os vendedores, mobília para a casa nova, melhores tectos e paredes para a casa nova, comida para o touch a life, uniformes ou bicicletas para os pequenos irem à escola, roupa para vestirem ou as infinitas coisas que têm sido feitas e aquelas que, por certo, ainda hão-de surgir, por certo, o investimento valerá a pena. Infelizmente toda a ajuda não esgota os bens que há por adquirir. Felizmente, qualquer ajuda, por mais pequena que seja, é capaz de fazer a diferença. Obrigado