domingo, 16 de agosto de 2015

Depois de Amália e Tony, fica a faltar o cante!!

Mais um sábado, mais um touch a life. Fui sozinho mas os portugueses da semana passada estavam por lá. Notei da parte da responsável um esforço para me levar novamente à entrega mas, mais uma vez, estavam demasiadas pessoas e eu ofereci o meu lugar a quem vai deixar Siem Reap amanhã. Assim sendo, posso dizer que foi tudo igual aos outros sábados, excepção do primeiro. Talvez não. Segundo a responsável do touch a life e o senhor encarregue das omeletes, que não foi nas 2 últimas semanas, o Zé de hoje é complemente diferente do Zé que ali se estreou há 5 semanas (como o tempo passa!). É um Zé que agora não se cala, que os faz chorar a rir com as brincadeiras no meio do arroz e que canta alegremente enquanto trata das 660 refeições. Basta pensar um pouco para perceber que eles estão cheios de razão. Dizem-se chocados mas muito felizes por mim. Para eles, estou bem melhor, passei de um rapaz simpático e envergonhado para um rapaz porreiro e bem-disposto com uma alegria contagiante. Não sei fazer essa auto-análise, sei apenas que estou feliz. Sei que o Camboja me permitiu fazer o que realmente gosto, deitar-me todos os dias estafado mas realizado, acordar todos os dias, seja a que horas for, super motivado com o que há para fazer. Aqui sinto-me livre como nunca me senti, sinto-me bem.
Toda a alegria matinal deve-se também, em parte, ao que ia recebendo dos "meus". Sábado de manhã cá, equivale a sexta-feira à noite em Portugal. Sexta-feira de Agosto. Foi bom preparar a comida enquanto ia recebendo mensagens de incentivo dos meus amigos, no seu estado "lolipop" em que, por certo, a parte racional deles já estava mais perto do Camboja do que Portugal. Reza a lenda que assim se dizem muitas verdades, foi muito bom ouvi-las. No meio disso, as mensagens que mais gostei vieram de um locl bem mais pertinho, da Kilt. Ontem, sexta-feira, foi dia de rever o mail com os pequenos grandes benfiquistas, como enviar e responder. Aprenderam depressa. Deixo-vos alguns exemplos do que me fizeram chegar hoje de manhã:  
thank you ze for foods yesterday”
you are very good teacher
in my class
you teach very wel“
good morning how are you ze
Gosto da parte em que o “teacher” já foi abolido, após imensa insistência minha,, fora das aulas já me tratam só por Zé, ainda que com um sorriso maroto. Gosto ainda mais das palavras e do gesto. São maravilhosos os pequenos grandes benfiquistas.
Para o jantar, o grupo do touch a life decidiu socializar e combinar algo diferente. Onde? Num restaurante português. Foi a refeição mais cara que já fiz por cá, mas comi uma bela francesinha com um pastel de nata para rematar. Isto num dia em descobri que já perdi 7 kgs (avó Antonieta, é melhor tirar os óculos quando lhe bater à porta em Setembro) desde que cá cheguei, acho que não foi um mau investimento. Comemos ao som Tony Carreira e do fado da Amália. No fim, escrevi na bandeira "Beja esteve aqui" e exige aos donos o cante alentejano numa próxima vez.
Tony e RTP no Camboja

 



Tugas
A parte menos boa do dia foi mesmo o mercado, no tempo “morto” que tive após a preparação das refeições e antes do jantar. Os miúdos continuam a vender bem, continuam a divertir-se por lá. Hoje até foi um rapaz que nunca queria ir, foi a primeira vez que o vi por lá. Estava tudo tranquilo até que o assunto foi a casa nova. Mostrei-lhes as fotos que tinha (eles ainda não a conhecem, só o mais velho) e prometi-lhes que ia fazer o meu melhor para que tudo esteja ao agrado deles mas é complicado gerir a situação. Boa ou má, eles adoram a casa deles. É perto do centro e têm tudo o que eles precisam. Tem muito espaço para brincar e dá-lhes a privacidade que eles querem. No mercado perguntavam-me com ar assustado sobre os vizinhos que iam ter e dizem que é muito longe da cidade e da escola. É realmente muito longe e vai ser um problema para eles. Terão que pedalar bastante, ainda para mais andam muitas vezes 2 em cada bicicleta porque não há para todos (eu já lhes disse que ficavam com a minha quando regressasse a Portugal). A casa também tem muito menos espaço. Quanto à localização não há nada que possa fazer. Quanto ao espaço, apenas pensar muito e tentar arquitectar tudo da melhor forma que conseguir. Tentei sossegá-los da melhor forma que consegui. Pela primeira vez houve uma conversa com eles sem espaço para piadas ou brincadeiras. Houve apenas espaço para as melhores palavras que encontrei e para muitas festinhas naquelas caras preocupadas, onde se realçavam uns olhos tristes focados em mim. Por hoje, acho que os consegui tranquilizar. Ficaram com a promessa que daria o meu melhor para que tenham a melhor casa possível. Ficou também o acordo que um dia que regresse ao Camboja fico lá com eles a dormir porque a casa vai ter tudo o que é preciso. 

P.S.: O post vai com algum atraso porque tive umas boas horas sem net.

1 comentário:

  1. Comida portuguesa! Bem bom. Não havia uma sopinha?
    Ontem também tivemos tempo de confraternização, na chegada à praia de Monte Gordo. Espumante rosé, bem fresquinho, com flutes... Parecia que estávamos acabadinhos de chegar às Bermudas... (Oferta da tia Maria e do tio Ricardo).
    Há um filme já a circular no Face, com certeza.
    Não te esqueças que o Alexandre faz 50 hoje.Temos festa marcada, mas não sei se ele aparecerá... diz que está de férias. Encontamos o Vasquinho e convidamo-lo. A Margarida e o Totinhas também estão por cá. Grande festa!

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