quarta-feira, 8 de julho de 2015

Começou a missão impossível

Depois de uma noite muito mal dormida, por todas as razões e mais algumas, são 8h da manhã e é hora de levantar, vestir o fato e a gravata como se de um professor universitário se tratasse (ou talvez não!), comer qualquer coisa que o estômago aceite e, anos depois, meter-me em cima duma bicicleta para pedalar até à “escola”. A parte da bicicleta é um filme que um dia, quando me sentir mais confiante e perceber melhor as “regras de trânsito” locais, explico melhor fazendo uso do pau de selfie. Tem potencial para uma queda épica…
Cheguei à escola e estão uns macacos em cima das árvores, lá muito no topo. Vejo melhor e não eram macacos, são os meus queridos alunos. Receberam-me com enorme alegria, perguntei o nome deles 1 por 1 (até os escrevia, mas nem com cábulas!), apresentei-me e no instante a seguir já eles gritavam “teacher Zé, teacher Zé”. Aparentemente, tenho um nome engraçado!
De manhã são “só” 5 crianças, à tarde são mais de 10. Fomos para a sala de aula e começou a missão impossível. Há alunos que não sabem uma palavra de inglês, tentei ensinar o “My name is …”. Outros estão a aprender o presente, “has or have”? Outros os números, sabem contar mas não os sabem escrever. Ainda não associam letras aos sons e surgem coisas como “foru” -seria four, ou eighe – eight. Os mais velhos estão a aprender o passado, uns nos verbos regulares, outros nos irregulares e eu no meio daquilo! Uma guerra…
A aula acabou quando propus um intervalo de 10 minutos. Saíram a correr e 30 segundos depois veio um convidar-me para ir jogar à bola. Rola a bola e… começa a chover. Graças a Deus porque com 2 minutos de jogo já eu transpirava por todos os lados. Eles não se incomodaram e continuaram, eu fui para dentro de casa onde estavam as meninas. A brincadeira com elas consistia em elas esconderem-se e eu encontrá-las. “Come teacher Zé” gritavam elas e lá ia eu procurá-las para as encher de cócegas. Riam à gargalhada... Quando parou de chover e volto ao campo... Rapazes com lama de alto a cima. Bela aula teacher Zé!
Entretanto olho para a sala de aula e não quero acreditar. A sala de aula, como podem ver na foto, de sala de aula só tem mesmo o nome. Um quadro numa janela a cair de podre, uma mesa com uma poça no meio e um banco comprido para eles se sentarem. Bichos por todo o lado que eles vão matando alegremente. Paredes? Há uma, onde está o quadro. Tecto? Uma rede que, infelizmente, deixa passar a água da chuva… os livros acabaram encharcados (boa teacher Zé!), mas perfeitamente recuperáveis.
Sala de aula

À saída gritavam “teacher Zé”, um rapaz montou-se na bicicleta para vir comigo e outros corriam atrás da bicicleta… Haverá melhor sensação na vida?


P.S.: Por causa do post de ontem, fui acusado de ser um pouco xenófobo em relação aos chineses! Têm alguma razão, mas também é verdade que eu me esqueci de referir que as hospedeiras orientais são extremamente sexys (Pais, este último paragrafo não mostrem às avós!)


Quando a bola vai parar à do vizinho!


5 comentários:

  1. A Dani está a adorar !! Força Teacher Zé!! :D E as ofertas são para quando ??

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    1. Não sei, dado que tenho mais de 40 vou dar nesta e noutra instituição. Quando se juntarem os miúdos todos das 2 trato disso..

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  2. Se eu tivesse os teus alunos ou "me passava de todo" ou tinha "uma rica vida". Optaria pela 2ª, of course...
    Beijinhos
    mãe

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    1. Mãe Carmo a usar expressões inglesas?! Que eu saiba era eu que ia mudar com a aventura Camboja...

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  3. O tixerzé vai aprender mais coisas que os alunos... Ai smélit, lol

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